“Perdoei a traição, mas fico me vingando dele toda hora. Isso é perdoar?”
Infelizmente, não.
Quando você realmente perdoa, você deixa de lembrar o tempo todo o que aconteceu. Até lembra, dependendo do momento, mas não dói mais, não fere. Sem a dor, não há necessidade de vingança.
O problema é que concedemos o perdão religioso. Queremos realmente acreditar que perdoamos, porque somos cristãos e entendemos que temos que perdoar para sermos perdoados.
Esse perdão se confunde com “aceitar a pessoa de volta”. Apenas aceitar a pessoa de volta não é suficiente para dissipar a raiva, os ressentimentos, as decepções, e a baixa autoestima que explodem após uma traição.
Confundimos o perdoar com aceitar.
Enfim, nos deparamos com vários bloqueios inconscientes acerca do verdadeiro perdão. No fundo, acreditamos que se perdoarmos, estaremos sendo coniventes com o fato ocorrido, estaremos mostrando ao outro que realmente esquecemos o que aconteceu. E assim, estaremos abrindo brechas enormes para tudo acontecer novamente.
Porém, não perdoar é ficar, inconscientemente, fortalecendo lembranças ruins, que te machucam. Essa dor faz com que você fique com mais raiva do seu parceiro, deixe de fazer o que sempre fez na relação e passe a ter atitudes agressivas e hostis.
Algumas atitudes são quase imperceptíveis, existem de maneiras muitos sutis, mas criam um clima tenso e pesado entre vocês.
Se o objetivo é restaurar o casamento, com essas atitudes mais rudes, você acaba caminhando para o caminho inverso.
O verdadeiro perdão não é esquecer, não é ser conivente, não é ser fraco; é ressignificar o que aconteceu, entendendo que provavelmente haviam falhas na relação e, infelizmente, propiciaram um relacionamento extra conjugal.
Só o perdão emocional faz com que você realmente proponha outros sentidos ao que aconteceu, dando novos significados, entendendo que somos humanos, somos falhos. E com isso, conseguimos recuperar a nossa paz, nosso equilíbrio e a nossa alegria de viver.
O perdão é uma decisão que você toma por você.
Se não estiver conseguindo sozinha, procure ajuda.
Somente um profissional altamente capacitado é capaz de diagnosticar e intervir terapeuticamente nos vínculos de uma família, ajudando a resolver os problemas de relacionamento de maneira objetiva e eficaz.
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