O caminho para a educação financeira

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É uma disciplina que tem ganhado força, mas […]

O caminho para a sua independência

Como anda a educação financeira no Brasil?

É uma disciplina que tem ganhado força, mas ainda precisa se ajustar para verdadeiramente transformar a vida das pessoas.

Quando o escritor Gustavo Cerbasi escreveu o seu primeiro livro “Dinheiro: Os segredos de quem tem”(em 2002), a educação financeira, praticamente, não existia no Brasil, dezenas ou até centenas de canais que hoje você segue no youtube (consequência do interesse cada vez maior dos brasileiros sobre o assunto) não eram sequer imaginados, na verdade, naquela época, o próprio youtube, era no máximo, uma ideia que nasceria três anos mais tarde.

De lá pra cá, a mobilização da sociedade civil e de governos levou ao surgimento de inúmeras iniciativas voltadas a mudar a realidade financeira do brasileiro.

Foi dessa mobilização, que nasceu por exemplo a Estratégia Nacional de Educação Financeira – ENEF, que passou a incluir a educação financeira no currículo escolar. Uma vitória e tanto, ainda mais quando comparada a situação que tínhamos aqui no início no século, mas considero essa vitória ainda parcial com um longo caminho para melhorias.

A boa educação financeira, tem muito mais a ver com boas escolhas, do que com aprender a fazer contas, é muito mais uma educação pautada em questionamentos filosóficos, como “porque escolhemos ou como escolhemos” e em ferramentas multidisciplinares, do que uma educação focada em ensinar finanças  ou matemática.

Mas, infelizmente, muitos educadores ainda não se deram conta disso.

Introdução da educação financeira nas escolas

A maioria das metodologias adotadas hoje, no currículo escolar, trata de ensinar crianças a fazerem contas e somar valores para projetar em quanto tempo se tornarão milionários ou algo do tipo. E num país, onde a ganância e a corrupção costumam prevalecer, não vejo este caminho como o certo a ser seguido.

Digamos, por exemplo, que seus filhos vão à gôndola de iogurtes no supermercado, como fazer a melhor escolha, entre um iogurte de dois reais e outro de dois reais e cinquenta centavos? É apenas uma questão de preço ou essa escolha também deve ser pautada na avaliação de um produto de maior valor nutricional e mais qualidade, que faça mais bem à saúde.

Um dos aspectos fundamentais da educação financeira, é ensinar que existem diferenças significativas entre produtos semelhantes, a forma de produzi-los, a qualidade ao aproveitá-los, a forma de descarte de embalagens, o impacto de cada um em nossa saúde e outros aspectos.

Por isso, o aprendizado deve ter como foco gerar grandes transformações de forma pragmática e útil, de maneira que possa ser aplicado com inteligência no dia a dia.

Por exemplo, porque duas pessoas que trabalham as mesmas oito horas por dia, tem salários completamente discrepantes?

É tudo uma questão de sorte ou isso tem a mais a ver com a diferença que as duas tem de conhecimento, experiência, exclusividade e preparo para oportunidades?

Inteligência financeira é isso, saber fazer escolhas inteligentes e que  produzam efeitos positivos por mais tempo com base filosófica, autoconhecimento e entendimento da sociedade.

O valor da educação financeira

Claro, que as falhas de metodologia, não invalidam nossa educação financeira, sem dúvida, ajustes são necessários, mas a própria inserção da consciência financeira nas crianças, já tem gerado grandes resultados e também um saudável debate.

Estudos do banco mundial comprovam que a educação financeira, como tem sido ensinada nas escolas brasileiras, já transforma muitas vidas, isso porque, conscientes da importância dos cuidados com as finanças, as crianças passaram a provocar seus pais, para refletirem de maneira mais responsável sobre os gastos. Isso ajuda a melhorar a condição financeira da família, ao mesmo tempo, em que preparam um terreno para que essas crianças e jovens tenham uma vida adulta com escolhas mais inteligentes e equilibradas.

A transformação da nossa sociedade começa pela base e é isso que nos ajudará a romper com a realidade financeira atual e construir mudanças para torná-la cada vez mais justa e menos desigual.

Educação financeira, não tenho dúvidas, é o caminho certo para melhorar a sociedade.

(Texto inspirado nas palavras de Gustavo Cerbasi)

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